Atividades pedagógicas gratuitas para professores

O que é arte e como se ensina e se aprende arte na escola?

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O que é arte e como se ensina e se aprende arte na escola?

A despeito das diversas formas de entender o que é arte e de como se ensina e se aprende arte na escola ”“ todas coerentes com os diferentes momentos históricos em que foram concebidas ”“, hoje se entende que a disciplina Arte 1 é um componente curricular obrigatório e que seu objeto de estudo é a arte produzida socialmente, em suas diferentes linguagens (artes visuais, música, dança, teatro e artes integradas).

Assim, e de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) 2 e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 3 , esta coleção entende que a arte é um saber passível de ser ensinado e aprendido, e, também, patrimônio histórico e cultural da humanidade.

Como área do conhecimento, a arte abarca o fazer e o pensamento artísticos, que se caracterizam como um modo particular de dar sentido à vida, pois esse pensamento e esse fazer relacionam-se à experiência estética ou à experiência que vivemos ao apreciar e produzir beleza.

Beleza é um dos valores que atribuímos às coisas do mundo e tem uma relação direta com aquilo que agrada aos nossos sentidos. Mas isso não quer dizer que o belo é apenas o que é “bonito” ou “correto”. Muitas vezes, algo que não é considerado bonito nem convencionalmente correto pode despertar fortes emoções, como o medo, o asco, a raiva, a revolta ou a tristeza e, consequentemente, causar intensas experiências estéticas.

É sempre bom lembrar que o significado que cada pessoa em cada cultura dá à beleza varia; por isso dizemos que é relativo às experiências vividas pelo sujei- to e aos valores culturais de dado grupo social. Assim, a arte também pode ser definida como uma forma de conhecimento que se manifesta por meio da experiência cultural.

Durante essas experiências, nos emocionamos e usamos a razão ao mesmo tempo. A arte nos faz usar a razão porque as obras de arte e os produtos culturais trazem consigo um conteúdo, um tema ou um assunto que, por meio das linguagens livres da arte, nos fazem refletir, questionar, colocar em discussão e, muitas vezes, rever valores, atitudes, certezas e conceitos. Por isso, além de mobilizar sensações e afetos, a experiência estética nos leva a conhecer mais sobre nós mesmos, sobre a vida, sobre as diversas áreas do conhecimento e sobre a própria arte.

Os estudantes dos anos iniciais do Ensino Funda- mental, assim como qualquer um de nós, desde o nascimento fazem parte de determinado universo cultural (familiar, da comunidade, regional, de sua época) e, assim, estão expostos às mais variadas manifestações artísticas. Muitas vezes, convivem com artistas amadores ou profissionais, que fazem parte das artes tradicionais feitas pelo povo, do design, do mundo acadêmico, que podem ser membros de suas famílias ou da comunidade em que estão inseridos. Como experimentadoras ousadas, as crianças se expressam artisticamente por meio de linguagens verbais e não verbais, utilizando diferentes materiais, instrumentos e técnicas.

Todo esse contato com a arte, no entanto, não significa que as crianças não precisem aprender mais sobre esse campo na escola. Pelo contrário: o prazer e o conhecimento artísticos e a experiência estética e cultural podem e devem ser cultivados e ampliados pela mediação educativa realizada pela instituição escolar, com o objetivo de desenvolver competências e habilidades relativas a essa área do saber. Por isso, compreendemos que é na escola, e com sua mediação, professor 4 , que os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental podem conhecer melhor a cultura em que estão inseridos e aprender mais sobre o

campo expandido da arte, abrindo-se, desse modo, para a produção artística e cultural de outras culturas, de hoje e de outros tempos.

É na escola que os estudantes têm a oportunidade de conhecer, apreciar, criticar, dialogar, refletir e valo- rizar as diversas culturas e manifestações da arte, abrindo-se para o “diferente”, ao respeitar e valorizar a diversidade.

Como afirma a BNCC:

 

 

O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural, pluri étnico e plurilíngue, importantes para o exercício da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre elas.

Nesse sentido, as manifestações artísticas não podem ser reduzidas às produções legitimadas pelas instituições culturais e veiculadas pela mídia, tampouco a prática artística pode ser vista como mera aquisição de códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte precisa alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social, permitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores. 5

 

Além disso, é nas aulas de Arte que os estudantes aprendem procedimentos e técnicas construídas socialmente e que permitem a eles se expressarem artisticamente. Isso quer dizer que as manifestações e produções artísticas são fruto de aprendizado sistematizado, que é direito dos estudantes brasileiros.

O grande objetivo das aulas de Arte é, portanto, promover experiências estéticas e culturais, a fim de desenvolver as competências e habilidades artísticas dos estudantes, ampliar seu repertório acadêmico e cultural e promover uma cidadania participativa, crítica e criativa. Esse é nosso desafio.

 

1 Quando se trata do componente curricular, grafa-se Arte; nos demais casos, arte.

 

2 BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997a; BRASIL.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997b.

 

3 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar. Terceira versão revista. Brasília: MEC, 2017.

 

4 Segundo orientações da Federação de Arte/Educadores do Brasil (Faeb), quem ministra as aulas de Arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental são os licenciados em Artes Visuais, Música, Dança e Teatro, para evitar a polivalência. Caso não existam professores especialistas na escola, para cumprir a LDB vigente, quem ministra essas aulas é o professor de sala que, preferencialmente, tenha formação em Arte.

 

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